Brasília - O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, disse
nesta sexta-feira, 10, que a velocidade tecnológica é muito maior do que a
capacidade que a escola tem de processá-la. Apesar disso, segundo ele, a escola
não pode ficar à margem da evolução tecnológica.
Na semana passada, o ministro anunciou que o Ministério da
Educação (MEC) vai investir, este ano, cerca de R$ 150 milhões na compra de 600
mil tablets para uso dos professores do ensino médio de escolas públicas
federais, estaduais e municipais. A tecnologia, afirmou, vai ser tão mais
eficiente quanto maiores forem os cuidados pedagógicos e quanto maior for o
envolvimento dos professores no processo.
“Estamos definindo que, na educação, a inclusão digital
começa pelo professor”, disse Mercadante. Para isso, o MEC já formou mais de
300 mil professores em tecnologias da comunicação e informação, em cursos de
360 horas. Além disso, o serviço de internet banda larga foi instalado em 52
mil escolas públicas urbanas.
Com a entrega de novas tecnologias da informação,
professores e escolas públicas terão acesso, por meio dos tablets, a conteúdos
educacionais colocados à disposição no Portal do Professor. São aproximadamente
15 mil aulas, criadas por educadores e aprovadas por um comitê editorial do
MEC. Além disso, o ministério oferece o Banco de Objetos Educacionais e o
Domínio Público, que entre outras obras dispõe da coleção Educadores.
Interativo – O MEC também ampliará a distribuição do
computador interativo, equipamento que reúne projetor, microfone, DVD, lousa e
acesso à internet. Unidades desse computador já foram distribuídas nas escolas
de ensino médio. No segundo semestre, chegarão os tablets, em modelos de sete ou
dez polegadas, coloridos, com bateria para até seis horas, peso abaixo de 700
gramas, tela multitoque, câmera e microfone para trabalho multimídia, saída de
vídeo e conteúdo pré-instalado, entre outras características.
Aos computadores serão integradas as lousas eletrônicas,
compostas de caneta e receptor. Acopladas ao computador interativo, elas
permitirão ao professor trabalhar o conteúdo disponível em uma parede ou quadro
rígido, sem a necessidade de manuseio do teclado ou do computador.
Projeto-piloto – A entrega dos equipamentos digitais a
professores e escolas integra o projeto Educação Digital – Política para
Computadores Interativos e Tablets. Ele surgiu para oferecer instrumentos e
formação aos professores e gestores das escolas públicas relativos ao uso
intensivo das tecnologias de informação e comunicação (TICs) no processo de
ensino e aprendizagem.
Entre 2008 e 2011, o MEC criou o projeto-piloto Um
Computador por Aluno (UCA), com a aquisição de computadores portáteis para
estudantes da rede pública. Essa compra fez parte do Programa Nacional de
Informática na Educação (ProInfo Integrado), integrante da política nacional de
tecnologia educacional do MEC, destinado a promover o uso pedagógico da
informática na rede pública de ensino fundamental e médio, com a oferta de
infraestrutura, capacitação e conteúdos educacionais.
Em 2008, em fase experimental, o projeto foi implementado em
São Paulo, Porto Alegre, Brasília, Piraí (RJ) e Palmas. Em uma segunda fase,
foram adquiridos 150 mil computadores para estudantes de 380 escolas da rede
pública. A infraestrutura de acesso à internet sem fio foi instalada à medida
que os computadores eram entregues. Posteriormente, professores receberam
capacitação para uso do equipamento e da tecnologia no processo pedagógico
escolar. Os municípios e estados ficaram responsáveis por dar continuidade ao
projeto.
Em 2010, numa terceira etapa, o projeto–piloto evoluiu para
o Programa Um Computador por Aluno (Prouca), com apoio do Regime Especial de
Aquisição de Computadores para Uso Educacional (Recompe). A partir de então,
estados e municípios puderam adquirir os equipamentos portáteis de empresa
selecionada por edital. Ao todo, foram comprados 375 mil computadores por 372
municípios. A avaliação de equipes de pesquisadores de 27 instituições de
ensino superior norteará a continuidade do programa.
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